Restos de Colecção: setembro 2013

30 de setembro de 2013

COPAM - Companhia Portuguesa de Amidos

A “COPAM - Companhia Portuguesa de Amidos, S.A.”, com sede em S. João da Talha, perto de Sacavém e no concelho de Loures,  foi criada em 21 de Julho de 1937, com o objectivo de produzir e comercializar amidos e seus derivados, principalmente de milho.

 

Esta empresa tem uma história rica em participações nas colónias ultramarinas, onde destacamos a participação na “CADUL - Companhia de Amidos do Ultramar”, onde a mandioca era a principal matéria prima.

A COPAM produz e comercializa produtos amiláceos, utilizando como matéria prima o milho. Os principais produtos fabricados são: amido, xaropes de glucose, xaropes de glucose-frutose e dextrose, e os co-produtos obtidos são: corn gluten feed, corn gluten meal e corn germen.

 

                                

 

Os processos tecnológicos usados em todas as linhas produtivas são os adoptados internacionalmente em fábricas congéneres, laborando a fábrica em regime contínuo (24h/dia , 7 dias/semana). Toda a sua produção é vendida a outras indústrias, sendo as principais: refrigerantes, antibióticos, cervejas, papel, confeitaria, cartão canelado, óleos, rações para animais.

 

 

Em 1978 a “RAR - Refinarias de Açúcar Reunidos, S.A.”, adquire uma participação no capital social da “COPAM - Companhia Portuguesa de Amidos, S.A.” , mantendo em 31-12-2012 101.430 acções correspondendo a 10,14% do capital social da empresa. De referir que, em 31-12-2012 o maior accionista da COPAM é a “Casa Agrícola HMR, S.A.”, (Herdade do Monte da Ribeira) produtora de vinhos alentejanos, com 500.000 acções correspondentes a 50% do capital.

Stand na “Feira das Indústrias Portuguesas” em 1957

Hoje a COPAM, presidida por Carlos Barbosa da Cruz, continuando a ser a única produtora no mercado nacional e apesar da concorrência cada vez mais numerosa num mercado sem fronteiras, continua a liderar o mercado nacional de amido e derivados.

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

29 de setembro de 2013

Antigamente (79)

“Adler” de João Baptista Dotti

Estação Central de Portalegre

Redacção do jornal “Avante” em 1975

Ordem dos Advogados (entrada e Salão Nobre)

 

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Centro de Documentação do ACP

27 de setembro de 2013

Philips Portuguesa

As fundações daquela que havia de se tornar numa das maiores companhias de electrónica do mundo remontam a 1891 quando Anton e Gerard Philips criaram uma empresa em Eindhoven, Holanda, para o fabrico de lâmpadas incandescentes e outros produtos eléctricos, de seu nome “Philips & Co.”

1891

                                                                  1926                                           1938                                           

  

A Philips está presente em Portugal desde 9 de Novembro de 1927, mas só no início de 1928, se constituiu a “Sociedade Comercial Philips Portugueza”, com instalações na Rua da Betesga, em Lisboa até finais de 1928, altura em que mudou as suas instalações para a Avenida da Liberdade, 3, ex-"Palais Royal" Além de comercializar a gama de produtos da marca, deu início ao processo que levaria ao fabrico de lâmpadas em algumas pequenas unidades espalhadas por Portugal.

Sede da “Sociedade Comercial Philips Portugueza” na Avenida da Liberdade

No piso térreo, a firma “Bernardino Correa & Cia.” representante e importador dos automóveis “Dodge Brothers” e “Unic”, e de camions e «omnibus», que aqui se tinha instalado pouco tempo antes. Em 1932, este mesmo espaço, viria a ser ocupado pelo café, salão de chá e restaurante “Palladium”.

Por curiosidade, lembro que este primeiro andar, ocupado pela “Sociedade Comercial Philips Portugueza”, já tinha sido anteriormente sido ocupado, em 1912, pela “Casa de Saúde para Cirurgia  Clínica Henrique Bastos”, e entre 1920 e 1923  ocupado pelo “Restaurant Club Avenida - Palais Royale”. 

                                            Cartaz de José Rocha                                                      1935

   

Stand da Philips na Exposição de Rádio e Electricidade (T.S.F.) em 1936

30 de Dezembro de 1936

Rádios “Philips”

A instalação de uma fábrica que concentrasse a produção de lâmpadas eléctricas da empresa Philips, em Portugal, demorou alguns anos. Já em 1931, a “ENEA - Empresa Nacional de Aparelhagem Eléctrica”, fundada nesse ano, com fábrica na Avenida 24 de Julho, pretendia protecção  para os seus produtos perante a perspectiva da Philips instalar a sua fábrica no nosso país.

1937

Dois marcos importantes foi a inauguração, em 1937, do novo emissor do “Rádio Clube Português” - ao tempo um dos mais potentes da Europa - construído pela Philips, e em 1940, a instalação sonora da Exposição do Mundo Português que ficaria, igualmente a seu cargo.

Posto emissor do Rádio Club Português na Parede

“Philips” na “Exposição do Mundo Português” em 1940

 

1941

1946

1947

Primeiras instalações da FAPAE em Cabo Ruivo

 

A perspectiva, da construção da fábrica da Philips, viria a concretizar-se com a inauguração em 23 de Janeiro de 1953, da “FAPAE - Fábrica Portuguesa de Artigos Eléctricos”, situada no bairro dos Olivais em Lisboa, e propriedade da “Philips Portuguesa, S.A.R.L.”. Esta unidade fabril projectada pelo arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, estava vocacionada, principalmente, para o fabrico de lâmpadas destinadas ao consumo interno, e a sua abertura, integrou-se na comemoração dos vinte e cinco anos da Philips Portuguesa e expressou a modernização industrial em curso.

Interiores da “FAPAE - Fábrica Portuguesa de Artigos Eléctricos”

Montagem de televisores

                          Fabrico de lâmpadas fluorescentes                                  Fabrico de memórias magnéticas

     

Montagem de rádios

Fabrico de lâmpadas

 

O programa industrial da FAPAE, desenvolvido para a fábrica dos Olivais, procurou satisfazer o fabrico anual de quatro milhões de lâmpadas eléctricas, a montagem de aparelhos rádio-eléctricos, electro-acústicos, de telecomunicações e de electromedicina.

 

 

A partir dos finais dos finais dos anos 50 do século XX a “Philips Portuguesa, S.A.R.L.” instala a sua nova sede num edifício na Avenida Joaquim António de Aguiar, também em Lisboa.

Edifício e montras da sede na Avenida Joaquim António de Aguiar

 

 

A 12 de Março de 1970 é inaugurada a nova Sede, em edifício próprio, na Avenida Engº Duarte Pacheco, com a presença do  Presidente da República, Almirante Américo Thomaz. O Parque Industrial de Ovar iniciou a sua actividade nesse mesmo ano, dedicando-se ao fabrico de componentes electrónicos, na sua maioria para exportação.

Nova sede da Philips em construção na Avenida Engenheiro Duarte Pacheco

 

1956

   

                               1968                                                         1968                                                       1969

  

Máquinas de projecção “Philips” para 35 m/m no “Cinema Império

Philips no “Cinema Monumental

Em 1993 a sede da Philips em Portugal, é mais uma vez transferida para umas novas instalações no Arquiparque em Miraflores.

Por último em Dezembro de 2010 muda a sua sede para o Edifício 14 do Lagoas Park em Porto Salvo.

Philips.15 (2010)

Bibliografia: foi, também, consultada tese de doutoramento em História intitulada “A Nova Ordem Industrial. Da Fábrica ao Território de Lisboa (1933-1968), de Deolinda Maria da Ressureição Folgado (Vol I - 2009) Faculdade de Letras da U.L.

fotos in: Hemeroteca Digital, Biblioteca Nacional Digital, Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Philips