Restos de Colecção: CEL - CAT

14 de junho de 2013

CEL - CAT

Em 30 de Junho de 1943 foram inauguradas as instalações da "CAT - Cabos Armados Telefónicos, Lda.". As da CEL - Fábrica Nacional de Condutores Eléctricos, Lda." seriam inauguradas precisamente 10 anos mais tarde, em 1953. Ambas na Venda Nova - Amadora. A “CAT - Cabos Armados e Telefónicos, Lda.” foi uma de três empresas pertencentes aos mesmos proprietários, família Abecassis - "CAT", "CEL", "POLICEL" .

Nas suas instalações da Venda Nova, esta empresa começopor produzir cabos de isolamento a borracha, com acabamento têxtil e outros que tão necessários eram então para a continuidade do nosso desenvolvimento industrial, numa altura em que se estava no apogeu da II Grande Guerra Mundial (1939-1945). Acompanhando de perto a mais moderna evolução tecnológica, dedicou-se passado algum tempo à fabricação de condutores isolados a matérias plásticas e com o alargamento do mercado interno, verificou a CEL-CAT a urgência de ampliar a sua gama de fabrico para os isolamentos a papel.

1958


1959

Fábrica na Venda Nova em 1962

 

                                          

Cabo armado ou em inglês “armored cable”,  é um tipo de cabo que possui uma ou mais camadas externas e/ou internas de fios de aço ou outro metal resistente que lhe conferem  a resistência mecânica adequada. Esta proteção é necessária aos fios internos que podem ser somente elétricos ou a combinação de elétricos e ópticos.

 

Nos finais dos anos 50 do século XX, A “CEL - Fábrica Nacional de Condutores Eléctricos, S.A.R.L.” e a “CAT - Cabos Armados e Telefónicos, Lda.” juntam-se numa única marca “CELCAT” continuando com a sua fábrica na Venda Nova - Amadora, com cerca de 700 operários, e mantendo os serviços administrativos e comerciais em Lisboa, na Rua dos Duques de Bragança.

As fábricas CEL-CAT colaboraram activa e permanentemente no desenvolvimento económico nacional, através de fornecimentos feitos entre outros à Administração-Geral dos CTT. Companhia dos Telefones, Direcção dos CTT do Ultramar, Companhias Reunidas Gás e Electricidade, Serviços Municipalizados do Porto e de outros concelhos, Empresas Hidroeléctricas. Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, Standard Eléctrica, Automática Eléctrica Portuguesa, Siderurgia Nacional. Nitratos de Portugal, Petroquímica, etc.

Dedicando todos os cuidados à sua actividade industrial, aperfeiçoando o seu fabrico, melhorando a qualidade dos materiais e adquirindo equipamento moderno e eficiente, o seu pessoal técnico deslocava-se frequentemente ao estrangeiro para actualizar os seus conhecimentos, conseguindo assim uma mais apurada especialização.

                                  

       

 

 

Ligada à actividade industrial das duas empresas, nunca foi descurada a parte social, proporcionando ao seu pessoal melhores condições de trabalho e regalias. Empregando cerca de 1.000 operários, de ambos os sexos, procedia, anualmente, à revisão de salários e vencimentos, concedendo gratificações, subsídios de férias, incentivos pecuniários, bolsas de estudo, etc.

Integrado na comemoração dos aniversários das duas empresas, no dia 6 de Dezembro de 1962 foi inaugurado junto às fábricas, na Venda Nova, um centro social que a fim de proporcionar um maior apoio ao pessoal, não só no pontode vista de assistência médica, como no aspecto cultural e recreativo. O Centro Social dispunha de posto médico, cantina, creche, refeitórios, sala de espectáculos para teatro e a mais moderna aparelhagem para cinema, ginásio e biblioteca.

A CAT e a CEL foram, durante muitos anos fornecedoras, em concorrência com outra grande fabricante a “Fábrica de Condutores Eléctricos Diogo d'Ávila, Lda.” da “Administração Geral dos Correios Telégrafos e Telefones” (CTT).

                                                                                                                            

1947

1948

O surto industrial e a expansão económica que estavam na altura já a viver os territórios do Ultramar Português, em especial as províncias de Angola e Moçambique, deram ensejo a que se erguessem duas novas fábricas, uma em 1959, na zona industrial de Luanda, a "Condel - Fábrica de Condutores Eléctricos do Ultramar, S.A.R.L.", e outra, ano e meio depois, a "Celmoque - Fábrica de Condutores Eléctricos de Moçambique. S.A.R.L." esta construída no lugar da Manga, na cidade da Beira.

Prevendo as constantes necessidades de desenvolvimento no sector de telecomunicações, a CEL-CAT principiou no final de 1972 a construção de uma nova unidade industrial em Morelena-Pero Pinheiro, para o fabrico de cabos telefónicos, a qual, em Novembro de 1973, já em estava em plena actividade fabril. 

1961

 

 

1993

No ano de 2000, com a aquisição da fábrica da CELCAT  em Morlena na zona de Pêro Pinheiro, por parte da multinacional “General Cable Corporation”, a CELCAT transforma-se em “General Cable CELCAT - Fábrica de Condutores Eléctricos, S.A.”. A “General Cable Corporation” é constituída pela General Cable América do Norte, pela General Cable Europa & Med e Resto do Mundo, que com vendas superiores a 3000 milhões de euros, 47 fábricas e mais de 11 000 trabalhadores que proporcionam serviço a uma rede de clientes que abarca o mundo inteiro.

Fábrica da “General Cable CELCAT - Fábrica de Condutores Eléctricos, S.A.”, em Morelena - Sintra

O centro fabril em Morelena - Pêro Pinheiro, com uma superfície total de 110.000 metros quadrados, e empregando actualmente cerca de 250 trabalhadores está orientado para o fabrico de cabos para transporte de  energia em cobre e alumínio, cabos telefónicos, cabos para telecomunicações em cobre e em fibras ópticas, cabos de sinalização e outros cabos para fins especiais.

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital, General Cable CELCAT

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