Restos de Colecção: Casino Peninsular de Espinho

5 de março de 2012

Casino Peninsular de Espinho

A Vila de Espinho, nos finais do século XIX e inícios do século XX era o mais chique destino de férias da burguesia nortenha. Situada a 17 quilómetros da cidade do Porto a dita burguesia era trazida pelos rápidos e cómodos comboios da ligação ferroviária Lisboa-Porto, e as famílias mais endinheiradas mantinham ali a sua casa de Verão, que lhes servia de refúgio ao longo do ano. A Vila oferecia ainda o “Casino Peninsular” e alguns cafés com esplanadas, onde as elites locais se reuniam e os visitantes confraternizavam, e pelas quais também deambulava a figura do “brasileiro” - o emigrante que regressava rico do Brasil.

                                                                 Cartazes de Fred Kradolfer de 1931

                                               

                                       Praia de Espinho                                                             Esplanada da praia

         

Em 1865, Espinho já possuía 13 tavernas de jogo a pataco. Tratavam-se das «Pataqueiras Clandestinas». Em 1890 existiam variadíssimas «batotas pataqueiras» recatadas da vista do público, com reposteiros nas portas, escondendo assim a clientela do olhar dos que por ali passavam. Mais tarde diversos cafés proliferaram pela cidade, caso do “Café Chinez” onde a par do jogo, a clientela debatia ideias políticas e culturais em tertúlia.

                                                   “Café Chinez” e “Assembleia Recreativa” no edifício ao lado

                                        

Igualmente os primeiros hotéis foram considerados autênticos casinos, onde vários jogos e roleta já imperavam. A dada altura, fidalgos da cidade, reuniram-se e decidiram criar a "Assembleia Recreativa” em edifício próprio, onde o jogo não faltava. Entre os visitantes regulares de Espinho na primeira década do século XX, em férias ou por obrigações profissionais, contavam-se diversos artistas, homens de letras, compositores, que se reuniam às tertúlias locais, no “Café Chinês” ou no “Peninsular” ambos na Avenida Serpa Pinto. Surgiram assim as bases do primeiro casino, no mesmo local onde se encontra hoje edificado.

                                                            «Dedicado à Exma. Direcção do Espinho-Club»

                                              

                               Edifício da “Assembleia Recreativa”, com o “Cinematographo” e “Casino Peninsular”

                                       

                                O “Casino Peninsular” já ocupando todo o piso térreo da “Assembleia Recreativa”

                                       

A 3 de Dezembro de 1927, regulamenta-se a Lei da Exploração do Jogo, sendo Espinho contemplado e entregue a respectiva concessão à empresa “Casino Peninsular, SARL”. Inaugura-se o primeiro “Casino Peninsular”. Vários edifícios lhe sucederam, em diferentes estâncias turísticas como o Casino Peninsular da Figueira da Foz, pertencentes a diferentes concessionários, com variadas opões arquitectónicas.

                                                                     Interiores do “Casino Peninsular”

                                        

         

Anos mais tarde os edifícios do “Café Chinez” e da “Assembleia Recreativa” foram demolidos e deram lugar ao novo Casino e Cinema de Espinho projecto de 1929 do arquitecto Carlos Ramos. Foi também construído o “Palácio Hotel”, também da autoria do arquitecto Carlos Ramos,no lugar do antigo “Hotel Bragança”

                                                                     Casino, Cinema e “Palácio Hotel”

                                       

                                           1935                                                                                        1944

 

                                                                 

                                                             O “Casino Solverde” em Espinho, actualmente

                                      

fotos in: Prof 2000, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

2 comentários:

Bottleup disse...

Eu sou fã das apostas online, mas não existe nada como apostar ao vivo num casino. Existe muita mais emoção e prazer em ganhar, quando a coisa corre bem, claro:)

José Leite disse...

Pois ...

Grato pelo seu comentário e sinceridade

Cumprimentos