Restos de Colecção: maio 2011

31 de maio de 2011

Antigos Aviões Militares (6)

                      Spad VII C.1, de 1919                                        North American AT-6/T-6G /Harvard, de 1952

 

                     AAAC-1 Toucan, de 1960                                                       Auster C5-160, de 1961

 

                       Fiat G91 R3, de 1965                                                  Douglas B 26B C Invader, de 1966                                 

 

A "FAP - Força Aérea Portuguesa" só foi criada em 27 de Junho de 1952, pelo que para informação mais completa aqui fica:

Até 27 de Junho de 1952, o ramo aéreo das forças armadas portuguesas estava dividido em dois ramos:

Aeronáutica do Exército

1914 - 1918: Serviço Aeronáutico Militar
1918 - 1924: Serviço da Aeronáutica Militar
1924 - 1952: Arma de Aeronáutica Militar

Aeronáutica Naval

1917 - 1918: Serviço de Aviação da Armada
1918 - 1931: Serviços da Aeronáutica Naval
1931 - 1952: Forças Aéreas da Armada
1952 - Força Aérea Portuguesa (fusão das Forças Aéreas da Armada e da Arma de Aeronáutica Militar)

30 de maio de 2011

Inauguração dos Caminhos de Ferro em Portugal

Em 13 de Maio de 1853 é assinado o contrato entre o Governo Português e Hardy Hislop, director e representante da ‘Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro’ em Portugal, para a construção de uma linha férrea de Lisboa à fronteira de Espanha, passando por Santarém, na bitola de 1,44 m.

Em 28 de Maio de 1853,a Rainha D. Maria II, inaugura o início das obras da primeira linha de comboio em Portugal entre Lisboa (Estação de Santa Apolónia) e o Carregado, a “Linha do Leste”

Mas em 15 de Dezembro de 1855, Fontes Pereira de Melo, ministro das Obras Públicas, após ter rescindido o contrato da empreitada com a ‘Companhia Central Peninsular CFP’, assina novo contrato com a ‘Shaw & Waring Brothers’.

No dia 26 de Outubro de 1856, foi inaugurado o primeiro serviço público de Caminhos de Ferro em Portugal, a “Linha de Leste”  ligando, neste dia, Lisboa ao Carregado na distância de 36,454 Kms. Juntaram-se na Estação de Santa Apolónia, o Cardeal Patriarca de Lisboa, Sua Alteza a Infanta D. Isabel Maria, Sua Majestade o Rei D. Pedro V, acompanhado pelo pai, princesas e infantes, o corpo diplomático e altos funcionários.

O primeiro comboio a circular em Portugal iria ser composto por catorze carruagens e duas locomotivas, indo na carruagem do centro a família real e na primeira a guarda real dos archeiros. Uma das locomotivas era a locomotiva a vapor nº 1 de seu nome “D. Luiz” .

Locomotiva “D. Luiz” e carruagem “D. Maria Pia”

  

                           D. Luiz e D. Maria Pia                         Interiores da carruagem real “D. Maria Pia”

  

  

Construída no ano de 1855 em Manchester, nas oficinas ‘Beyer Peacock & Cª. Ltd’, é a locomotiva a vapor portuguesa mais antiga. Foi-lhe dada o nome de “D. Luiz”, o então infante irmão do rei D. Pedro V. Esta locomotiva trabalhou durante mais de 50 anos.

 

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

Partindo de Lisboa cerca das onze horas da manhã, a viagem durou quarenta minutos de Lisboa ao Carregado. Três quartos de hora depois partiu um segundo comboio, composto de nove carruagens, puxadas por única locomotiva, transportando accionistas e convidados.

Chegados ao Carregado, foram brindados com um banquete volante no pavilhão montado na estação provisória. Nele existiam três compartimentos ricamente decorados.Um para a família real, outro para o Cardeal e clero, e o último para o corpo diplomático e corte. Ao lado e fora da estação foi montado um grande anfiteatro com toldo para os convidados.

                          Pavilhão na estação provisória do Carregado                                    Chegada ao Carregado               

  

Medalha comemorativa

Pelas quatro horas e meia da tarde o comboio real regressou à capital. Esta viagem de volta a Lisboa, durou duas horas, porque houve uma demora de cerca de uma hora em Sacavém devido a uma avaria nas tubagens de uma das locomotivas. Este comboio era composto por catorze carruagens e duas locomotivas. Como uma das locomotivas ficou inutilizada, a outra conduziu o comboio, agora só com seis carruagens uma das quais transportando a família real, a Lisboa. Chegados a Lisboa a locomotiva regressou a Sacavém para trazer as outras seis carruagens. Às dez da noite já todo resto da comitiva e convidados tinham regressado à capital.

Em 1956 capa do número comemorativo da Gazeta dos Caminhos de Ferro, do  1º Centenário dos Caminhos de Ferro Portugueses

ultimas fotos in: Hemeroteca Digital

28 de maio de 2011

Marinha de Guerra Portuguesa (6)

                    Cruzador Adamastor (1897)                                                 Cruzador D. Carlos I (1899)

 

                Contratorpedeiro Tejo (1932)                                              Aviso Gonçalves Zarco (1933)

  

                Draga-Minas Vila do Porto (1953)                                  Fragata Almirante Gago Coutinho (1967)

 

27 de maio de 2011

Publicidade Antiga ao Automóvel (5)

                         1910                                                    1910                                                    1914                            

                                                 1905                                                                                   1928

 

                          1926                                                    1928                                                   1929

 

26 de maio de 2011

Tutoria da Infância

Alberto de Sousa Costa era bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra. Em 1911 criou a ‘Tutoria da Infância’ organismo do Ministério da Justiça que visava julgar todos os processos, cíveis e criminais, relativos aos menores. Junto das Tutorias funcionavam os Refúgios da Tutoria, que asseguravam o acolhimento temporário dos menores com vista à observação das situações que os envolviam. Exerceu o cargo de secretário da Tutoria Central da Infância de Lisboa e, posteriormente, do Tribunal do Comércio.

Tutoria Central da Infância de Lisboa na Rua da Bela Vista à Graça

  

Até à fundação da Tutoria Central da Infância de Lisboa na rua da Bela Vista no bairro da Graça, existia a ‘Casa de Correcção da Mónicas’. A 10 de Setembro de 1901 foi aprovado o regulamento elaborado pelo padre António de Oliveira, (Sub-director desta Casa de Correcção) com o fim de modificar radicalmente o regime da Correcção.  «os reclusos das Mónicas, até ali entregues à vigilância de guardas e carcereiros como nas cadeias de adultos, começaram a ser acompanhados e educados pelos prefeitos-professores, que possuíam a habilitação legal do magistério primário, tendo, por isso, especial preparação pedagógica».

Em 1902 é criada uma Casa de Correcção no Porto (no Convento de Santa Clara, em Vila do Conde) e, em 1903, uma outra em Lisboa, para o sexo feminino. Esta última foi instalada no edifício das Mónicas e os rapazes foram transferidos para o antigo convento da Cartuxa, em Laveiras (Caxias).

É o padre António Oliveira que elabora a lei das tutorias da infância (Decreto de 27 de Maio de 1911), a convite de Afonso Costa. Esta ‘Lei de Protecção à Infância’, de 27 de Maio de 1911, não só foi um documento inovador para a época, como tem uma visão clara da diferença entre criança e adulto, considerando que devem ter tratamentos judiciais distintos. Portugal é assim dos primeiros países a introduzir no seu sistema de protecção judiciária, o objectivo protector e pedagógico, neste tipo de intervenção, o qual anteriormente se baseava na responsabilidade do indivíduo e na reprovação social da sua conduta. A lei previa não só a intervenção judiciária nos casos de menores delinquentes como também a protecção nas situações de menores que se encontrassem em perigo moral.

 

 

Com esta lei, os menores de idade inferior a 16 anos tornaram-se penalmente inimputáveis e passaram a comparecer perante tribunais especiais – as Tutorias da Infância - segundo regras particulares de processo, aplicando medidas próprias, essencialmente distintas das que vigoravam para os adultos.

As Tutorias tinham na sua dependência casas de detenção e observação de menores, designadas por Refúgios. O Decreto de 1911 toma várias medidas que contribuem para modificar, radicalmente, o modo de encarar e de organizar este tipo de instituições, insistindo na educação preventiva, na promoção da higiene e da profilaxia social, no envolvimento familiar e nas estratégias de reeducação. Pelo que que a designação destas instituições mudou de "Casas de Correcção" para "Escolas de Reforma".

Em Agosto de 1917 a revista ‘ Ilustração Portuguesa ’ noticiava …


Cabia à ‘Tutoria da Infância’  julgar todos os processos, cíveis e criminais, relativos aos menores, tendo o intuito «mais de prevenir, curar, do que propriamente o de castigar, na acepção vulgar da palavra». São tidas neste diploma como «um Tribunal que julga como um bom pai de família, no amor da verdade e justiça e, sempre no interesse do menor».  O juiz tinha, nestes processos, um papel determinante, tendo em conta que lhe cabia a si todas as decisões relativas ao andamento do processo.

 

 

Junto das Tutorias funcionavam os Refúgios da Tutoria, que visavam o acolhimento temporário dos menores com vista à observação das situações. As medidas aplicadas pelas Tutorias de Infância deixaram de ter um carácter punitivo e repressivo, sustentando com elas que «defender e melhorar o estado dos menores, é combater neles ou no seu ambiente a causa da sua conduta criminal» . Com esta Lei os menores passavam a cumprir as medidas que lhes eram aplicadas em estabelecimentos próprios, acabando com a promiscuidade que se verificava até à data, em que menores e adultos cumpriam as penas nas prisões de direito
comum.

  

Em 1919, foi criada a ‘Inspecção Geral dos Serviços de Protecção a Menores’, o padre António de Oliveira foi o seu primeiro Inspector Geral.

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

25 de maio de 2011

Mudanças no início do Séc. XX

Num artigo da revista Ilustração, de 1907 podia-se ler acerca da “aventura” que era uma mudança de casa.

«Quando chega Junho, o lisboeta que se muda de casa tem sobre si um encargo mais pesado que um Mundo: é o de arranjar carroças ou gallegos que lhe transportem a mobília de um extremo ao outro da cidade.
Dizia um ratão que vale mais um incêndio que quatro mudanças seguidas. É possível que seja verdade. Caso é que a transferencia de casa acarreta dissabores e despezas que se não pagam por dinheiro nenhum. Há criaturas que de semestre a semestre põe os tarecos ao sol para fugirem ao espantalho da decima, mudando de bairro para escapar aos esbirros….

                                                              Carregadores de pau e corda

                    

                                                 Carroças de tracção animal , efectuando mudanças

           


… Mas quem ganha no meio de toda esta 'degringolade', é o cidadão de Tuy ou de Compostella, que apanhando o freguez com a corda na garganta, lhe pede um preço exhorbitante por uma padiola a dois. Que Deus nos livre de mudanças e dos moços de fretes que são uma praga peior que a dos gafanhotos e que nos levam, n'este momento crítico, o couro e o cabello!»

                                                             Anúncio de “Moço de Fretes”  

                                                    

Mas as tarefas de mudanças foram melhorando substancialmente, com a utilização de camionetes a partir dos anos 20 do século XX, como diz o anúncio seguinte

                                                                                  1927                                                         

                                       

                                         Empresa “Galamas” em 1934 no ano da sua fundação

                              

                                       …  e nos anos 50, já combinando a camioneta e o avião

                             

                                                                      Publicidade

         

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital